domingo, dezembro 14, 2008

Arroz de sardinha


Ter alguns ingredientes no congelador torna a cozinha do dia a dia muito mais fácil...
Foi o que fizemos hoje com umas sardinhas congeladas. Pode utilizar qualquer peixe, congelado ou fresco. Neste caso, num domingo chuvoso, ter o peixinho em casa tornou tudo muito mais fácil. 

Como fizemos?

1. Primeiro colocamos o peixe a descongelar por 30 minutos, em água com sal. Ao fim desse tempo a água foi escorrida e o peixe estava pronto para ser utilizado (no caso das nossas sardinhas congeladas, estavam já arranjadas em filetes);

2. Numa panela colocamos azeite
 a aquecer e cebola picada - que também tínhamos congelada - e deixamos refogar um pouco, até ficar transparente; acrescentamos 1 colher de sobremesa de pasta de alho (compra-se já preparada e também é um óptimo recurso para ter sempre à mão); 

3. Juntámos 1 pimento encarnado (pimentão vermelho) cortado às rodelas, 1 folha de louro, 1 molho de cheiro verde (salsa, coentros, celolinho) e deixámos apurar um pouco; temperámos com sal e pimenta q.b.;

4. Em seguida, arrumámos as nossas sardinhas por cima, tapamos a panela e deixámos cozer (é rápido e convém não deixar cozer demais);

5. Depois de uns 5-6 minutos, retirámos o peixe para fora e reservámos. Nos temperos que ficaram na panela juntámos o arroz, mexendo e deixando refogar um pouco; 

6. Em seguida, acrescentámos água a ferver e deixámos o arroz cozinhar, rectificando o sal; a quantidade de água deve ser 3 vezes a de arroz, para ficar soltinho;

7. quando o arroz estava no ponto, voltamos a colocar cuidadosamente o peixe por cima, e um pouco mais de cheiro verde picado; desligar o fogo, tapar a panela e deixar uns 2 minutos abafado.

8. servir imediatamente... com um bom vinho.

bom apetite! 
 

domingo, novembro 30, 2008

Sável frito com arroz de debulho

Em Venade, com um sável pescado pelo Fausto no rio Minho e preparado pela São!
Já tinha sido pescado em Maio... e ficou à espera no congelador. Foi congelado como mandam os preceitos, ou seja, pescado, enrolado em filme plástico e colocado no congelador sem mais nada.
Estávamos com medo que não estivesse bom... mas estava óptimo! O peixe era enorme e, por isso, até pensamos que seria muito... mas que nada! Pouco sobrou!
Deixo aqui a receita. Parece difícil mas não é assim tanto.
A cozinha fica um pouco suja por causa dos salpicos mas... paciência. O gosto de uma comida gostosa com os amigos compensa!
E este foi um verdadeiro trabalho de equipa! pescado pelo Fausto, arranjado pela São, frito pela Cândida, o arroz feito pela Nair e pela Rica, a mesa preparada pelo Ernesto... e o resto do grupo... comeu!!!!

uma delícia.




Debulho de Sável

O sável deve ser bem escamado e limpo. Em seguida, corta-se a cabeça e o deguladouro (posta junta à cabeça). Tiram-se as ovas e aproveita-se todo o sangue possível que irá servir para a calda. Cortam-se, também, o rabo e as postas mais pequenas. Há quem utilize o fígado também. Neste caso não se deve esquecer de tirar o fel! Eu não usei...Num recipiente, tempera-se com sal, salsa, louro, pimenta, e cobre-se com vinho verde tinto (há receitas que falam em colocar também cravinhos, mas eu não pus). Deixa-se marinar durante umas horas. As postas cortadas são colocadas dentro de um pouco de água para soltar o sangue. São depois escorridas e a água coada para que não vá com nenhuma espinha ou escama. Reserva-se para ser utilizada no arroz.

Num tacho, pica-se uma cebola grande e deita-se um pouco de azeite, vai ao lume e logo que a cebola esteja estalada, deita-se o debulho e a respectiva calda. Cozido o peixe, retira-se para um recipiente ao lado. À calda inicial, junta-se a água necessária para cozer o arroz. Assim que o arroz esteja cozido, junta-se o debulho e rectificam-se os temperos. Deixa-se repousar uns minutos e serve-se o arroz a “fugir pelo prato”. Acompanha-se com o sável frito.

Sável Frito

As postas do sável devem ser cortadas finas, lavadas e sangradas (da maneira que foi explicada anteriormente, aproveitando a água para o arroz). Temperam-se com sal e fritam-se em óleo ou azeite (ou mistura), não muito porque o peixe é muito gordo (convém secá-las primeiro em papel de cozinha).

Acompanhar, é claro, com um bom vinho!

E fazer uma caminhada depois, para ajudar a digestão! Foi o que fizemos!

sexta-feira, novembro 21, 2008

Arroz domingueiro

É verdade que certos pratos "nascem" assim de uma forma meio estranha e servem de pretexto para usar alguns ingredientes que temos à mão... Este "arroz domingueiro", surgiu da necessidade de dar fim a um presunto "pata negra" (de porco preto)... delicioso... preparado por nós.
fomos comendo a carninha boa e ficamos com pena de deitar o osso fora!


A ideia do arroz foi da Mariluce e assim nos juntamos na casa da Rica e do Ernesto para o almoço de domingo.

Como foi feito? um pouco ao sabor da inspiração de momento e o jeito da Mariluce!


Primeiro as carnes, entrecosto (costela de porco), carne de vaca e frango, foram postas a cozer juntamente com feijão encarnado e o osso do presunto. Ficou a cozer devagarinho, até estar tudo macio.


À parte, fez-se um refogado com azeite, cebola, alho, um pouco de tomate, tudo picado, cenouras às rodelas e uma folha de louro.
Quando estava já dourado, acrescentou-se couve lombarda cortada às tiras, o arroz e um pouco de água de cozer as carnes.
Foi tudo envolvido muito bem, ficou a cozer lentamente, e foi-se acrescentando água sempre que necessário, para o arroz ir ficando cozido mas "molhadinho".
Quando o arroz já estava "aberto" juntou-se as carnes e o feijão.
Foi então a altura para rectificar os temperos... um pouquinho mais de sal... um pimenta moída... já está...

depois foi só deixar apurar mais um pouquinho...
o Ernesto serviu um vinho tinto muito bom e lá fomos nós saborear o arroz domingueiro.

(e o Rex foi saborear o osso! acho que o escondeu no quintal... esperto! o nosso arroz acabou todo e ele ainda tem o osso...)

E assim tivemos um almoço de domingo em família, como manda a tradição!

domingo, novembro 16, 2008

Pão do Tomás

Para um jantar de domingo nada melhor do que ir para a cozinha com a família e colocar a mão na massa!
Aqui fica a receita de um pão fácil, rápido e gostoso que pode ser sempre diferente! Quem me ensinou foi um grande amigo, o Tomás, lá em Stanford (Califórnia, USA), em 1983! Costumávamos fazer semanalmente, um para cada casa! Era muito saboroso e divertido!

Pão do Tomás

1º - Dissolver 3 colheres de sopa de fermento de padeiro (em pó) em 2 1/2 copos de água morna.
2º - Misturar 1/4 copo de óleo + 1/4 copo mel + 1colher chá de sal.
3º - Acrescentar 1/4 copo de leite em pó + 1/4 copo de germem de trigo ou farelo (pode também misturar os dois)
4ª - Juntar 5 1/2 copos de farinha (aqui está o segredo: pode usar o tipo de farinha que quiser e misturar várias; assim o pão fica sempre diferente).
5º - Juntar nessa mistura a água com o fermento dissolvido. Bater na batedeira com o gancho de massas, ou à mão.
6ª - Colocar em forma de bolo inglês untada com manteiga (dá 2 formas regulares).
7º - Colocar em forno pré-aquecido a 200º.

As variações podem ser várias. Para além da farinha utilizada, pode-se, ainda, acrescentar recheios... sementes...
Use a imaginação e crie!


quarta-feira, novembro 05, 2008

à ultima hora... bacalhau!


Muitas vezes abrimos o frigorifico e ficamos a pensar no que fazer! Pois é, desta vez tinha bacalhau... e courgettes (abobrinha no Brasil). Decidi inventar... e ficou delicioso. Aqui vai a receita:

Desfiar o bacalhau já demolhado. Cortar as courgettes em tirinhas (tipo batata para fritar). Fazer um refogado com azeite e cebola e alho picados, deixando a cebola dourar.
Acrescentar as courgettes e deixar cozinhar alguns minutos, mexendo e sem deixar ficar muito mole.
Juntar o bacalhau, temperando a gosto com sal e pimenta.
Deixar murchar um pouco. Juntar ovos batidos e misturar para o ovo cozinhar.
Já no prato, temperar com salsa picada e paprika.
Experimentem... delicioso!

sábado, novembro 01, 2008

Arroz Doce da Tia Cândida


Mais umas vindimas 
na Vivenda S. Domingos (Tinto dos Tintos) e na Casa do Rosmaninho (Branco do Rosmaninho). 

Este ano as uvas eram poucas mas a alegria e a festa, como sempre, foram abundantes. Os amigos estiveram presentes para ajudar no trabalho e na comilança!


Depois do "caldo" (sopa com carne e enchidos), nada melhor do que uma sobremesa típica para adoçar a boca...
A tia Cândida fez o seu arroz doce incomparável... e decorado a rigor.

Deixamos aqui a receita para quem quiser partilhar uma dos nossos doces preferidos!


Precisa de:


- 2 chávenas (chá) de arroz "carolino" (grão redondo, glutinoso, o melhor para o arroz ficar bem cremoso)
- 2 1/2 chávenas (chá) de açúcar
- 2 litros de leite (gordo ou inteiro)
- 2 paus de canela
- 6 gemas de ovos
- casca de 1 limão
- sal q.b.
- água q.b.
- canela em pó q.b.

Modo de fazer:


Numa panela ampla, coloca-se um pouco de água (suficiente para "abrir" o arroz), o sal, 1 pau de canela e a casca de limão.

Leva-se a aquecer em lume médio.

Entretanto, à parte, aquece-se o leite, no qual se colocou o outro pau de canela.

Quando a água iniciar fervura deita-se o arroz, espalhando-o com uma colher de pau. À medida que a água for secando, vai-se juntando o leite quente (reservar um pouco para desfazer as gemas).
Para o arroz não pegar no fundo da panela, tem que se ir mexendo sempre com a colher de pau e mantendo uma fervura moderada.

Colocam-se as gemas numa tigela e junta-se-lhes o bocado de leite que ficou reservado.

O arroz deve estar cozido quando o leite acabar. Se não estiver ainda cozido (o que pode suceder devido ou ao tipo de arroz ou ao fogo estar demasiado forte, secando o arroz depressa demais sem cozer) vai-se juntando mais leite quente, até que fique totalmente cozido. 

Junta-se o açúcar, deixa-se secar um pouco mais e quando estiver com a textura desejada, retira-se do fogo. Convém não esquecer que o arroz quando arrefecer vai sempre "ligar" um pouco mais. A textura tem muito a ver com o gosto de cada um. Nós aqui gostamos dele bem cremoso.

Junta-se de seguida a mistura de gemas e leite, passada por um coador.
Vai outra vez ao fogo uma última vez a fervilhar ligeiramente para cozinhar as gemas.

Coloca-se em travessas, retira-se o pau de canela e a casca de limão e decora-se com canela em pó.



O segredo do arroz doce? alguma prática e, sobretudo, calma e paciência... acho que é por isso que o arroz doce da tia Cândida é tão bom!  



domingo, outubro 26, 2008

Mousse de chocolate

E que tal fazer uma sobremesa clássica? Pois é, não pode haver festa sem uma boa mousse de chocolate. Em casa da Avó Ró era assim... e nós aprendemos a fazer com ela uma mousse saborosíssima, sem açúcar e sem manteiga! Querem melhor? Experimentem!


Precisa de:

Chocolate de culinária
Ovos (1 ovo para cada barrinha de chocolate ou, se quiserem mais escuro, 6 ovos para 200grs de chocolate)

E para fazer, nada mais fácil:

Comece por separar a clara das gemas. Passe as gemas por um passador fino para retirar toda a película (esse é o segredo para não ficar com cheiro a ovo).

Derreta o chocolate em banho-maria com um pouquinho de leite; quando estiver derretido, apague o fogo mas mantenha o chocolate junto da água quente; acrescente as gemas ao chocolate e misture bem para ficar tudo envolvido. Reserve.

Bata as claras em castelo firme. Junte a mistura de chocolate e vá envolvendo delicadamente.

Só isso... depois é passar para uma taça bonita e levar ao frigorífico até à hora de servir.

Servir com morangos é uma opção bonita...

Deliciem-se!

domingo, outubro 12, 2008

Broa (bolo) de milho


 Conservatória (RJ), capital da seresta! Passamos por lá e pudemos aproveitar a noite de 6ª feira para ouvir o grupo de seresteiros passear pela praça cantando e encantando com as modinhas antigas. Foi como passear no tempo...

Ficámos hospedados na Pousada Amora, da simpática D. Deolinda Saraiva que nos contou ainte ter antepassados portugueses. 
Recanto acolhedor, caseiro e com uma mesa de pequeno almoço
 ("café da manhã") de não querermos deixar de provar nada! pão e compotas caseiras (feitas com as frutas do quintal), bolos e tantos "quitutes" de chorar por mais!

Ficamos com a receita da Broa de milho que na verdade é um bolo feito com farinha de milho e também conhecido por broa mineira. 
Obrigado Ana Paula por partilhar connosco esta delícia!

Aqui fica então... agora partilhada com este nosso mundo da culinária.

Ingredientes

1 chávena de óleo
2 chávenas de açúcar
4 ovos
1 chávena de leite a ferver
1 chávena de farinha de trigo
1 chávena de fubá (farinha fina de milho)
1 colher (sopa) de fermento em pó
2 colheres (sopa) de erva doce

Modo de fazer

Bater bem no liquidificador o óleo, o açúcar e os ovos;
Adicionar o leite quente e voltar a bater;
Adicionar, aos poucos, a farinha, o fubá e o fermento, batendo até que fique uma massa homogénea.
Misturar por fim a erva doce, sem bater.
Colocar em forma untada e enfarinhada e levar a assar em forno médio (±180º). Fazer o "teste do palito", estando pronto quando este sair limpo.

Nós comprovamos que é uma delícia. O gostinho da erva doce dá um toque diferente, mas se não gostarem do sabor podem não por.

E... se alguma vez passarem por Conservatória, a Pousada da Amora é um bom poiso!
D. Deolinda e Ana Paula, esperem por nós! quem sabe voltaremos! E podem ir enviando outras receitas boas!
 



 

segunda-feira, setembro 29, 2008

Arroz Carreteiro


Do pantanal mais profundo, seguimos para o Rio dos Peixes onde aproveitamos para tomar banho nas cachoeiras, ver as grutas e mergulhar no rio de "tirolesa"! Que aventura!

E depois... que fome!

nada como um bom almoço e um sono na rede para recuperar as forças!

A mesa era farta e o arroz carreteiro (ou arroz-de-carreteiro) era uma delícia.


Ficamos a saber que este prato típico tem o seu nome inspirado na comida dos mercadores ambulantes que atravessavam o sul do país em carretas puxadas por bois ("carreteiros") e aproveitavam os restos do churrasco e os comiam juntamente arroz.

Espertos que eles eram, porque a mistura ficou mesmo boa!

A receita que aqui publicamos é de Licinia C.R. Campos e encontramos na SIC .



Ingredientes:

- 2 xícaras de arroz
- 600 g de carne de charque, sem gordura (deixar de molho em água desde a noite anterior)
- 2 paios cortados em cubinhos
- 100 gr de bacon cortado em cubos pequenos
- 4 tomates maduros, bem vermelhos
- 2 pimentos verdes
- Sal
- Óleo


Modo de Preparo:

Fritar o bacon no óleo e quando estiver bem frito coloquar a carne de charque cortada em cubos pequenos.
Frite até que fique dourada.
Colocar o arroz e deixar fritar junto com a carne. Quando já estiver frito, juntar os tomates e os pimentos cortados em cubos pequenos, o paio e misturar.
Deitar a água fervendo e deixar o arroz cozinhar até que fique macio. Pode ir juntando água se necessário. E convém não deixar secar, deve ficar molhadinho, tipo risotto.

pode servir com queijo ralado e ovos cozidos.


terça-feira, setembro 23, 2008

Prémio? Que bom!!

Olhem só a linda surpresa que tivemos!
a Carmencita, do sugestivo
DA CAIPIRINHA AO CAFEZINHO, enviou-nos um DARDO!
Pois é!... ficamos tão contentes!
é sempre bom sermos reconhecidos.
ficamos muito gratos e esperamos continuar a contribuir para esta troca de sabores...


Mas, o que é o prêmio DARDO?
é o reconhecimento dos valores que cada blogueiro mostra a cada dia, seu empenho por transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais etc...

E tem algumas regras a cumprir:
1- Aceitar e exibir a distinta imagem e cumprir as regras.
2- Linkar o blog do qual recebeu o prêmio.
3 -Escolher
15 blogs para entregar o prêmio Dardos.

Será que "ouvi" bem? são 15?! isso é que não é mesmo nada fácil!!!

mas... se tem mesmo de ser... vamos lá...

é tão difícil fazer uma escolha!...
mas, desta vez, os premiados são:

tam... tam... tam... tam... rufam os tambores... e faz-se suspense...

para entregar o DARDO a:

Leonor, do
Flagrante Delícia

Nana, Ameixa Seca e Axly, do
Intercâmbio Culinário

Donna Dani, do
Casa de Farinha

Odete, do
Paprika na Feijoada

Bergamo, do
Blog do Bergano

Márcia, do
Idéias a la Carte

Ana, do
Brigadeiro de Colher

à menina do
Mãos na Massa

Neide, do
Come-se

Sandreane, do
Tigela de Yakissoba

à menina do
Paladares aos Molhos

ao tempero bom da Canela Moída

à Alcione do
Odeio Cozinhar

À Claudia do Magia na Cozinha

à Rose do Cozinha e Cia

Muitos outros poderiam também ser escolhidos... e a lista não terminava!

Um abração a todos... 
e também a todos os outros que visitam e partilham este espaço saboroso da blogsfera. 

nos vemos por aqui... sempre!



sexta-feira, setembro 19, 2008

Mousse de maracujá



Ainda no Pantanal...

depois de uma saída de barco, do banho no rio, das lontras, das capivaras e de todos aqueles pássaros tão lindos...






saboreamos uma deliciosa mousse de maracujá.


E que linda estava!

a maneira de fazer é simples... e resulta sempre.

Utilize:
1 lata de leite condensado
1 pacote de natas (creme de leite, no Brasil), sem o soro
1 medida da lata de sumo de maracujá concentrado

misture tudo, batendo no liquidificador ou na batedeira.

Coloque em recipiente e leve ao frigorífico.
Pode utilizar a fruta para colocar por cima, junto com as sementinhas,
Fica lindo!

Depois disso, só um sono retemperador, no silêncio ruidoso do Pantanal.

sábado, setembro 13, 2008

Sopa Paraguaia... sopa?

Depois das óptimas férias que fizemos por terras brasileiras com os nossos queridos amigos António e Celeste, resolvemos partilhar os sabores encontrados fazendo uma “viagem gastronómica”. Contaremos das comidas e dos locais encantadores por onde fomos passando. É uma maneira de ir eternizando o tempo e as boas experiências.

Começamos a viagem pelo Pantanal, no Mato Grosso do Sul. Ficamos hospedados no Refúgio da Ilha que nos proporciona, em ambiente família, a oportunidade de usufruir da beleza de uma natureza ímpar. Indescritível... o som dos pássaros e o silêncio da noite, o rio, seus peixes e jacarés, o céu azul e os tuiuiús, as surpresas de cada recanto, o escuro estrelado, tudo sabiamente acompanhado e explicado pelo nosso guia Zé.


E... claro, retemperando as energias dos passeios e caminhadas com uma comida pantaneira incrivelmente gostosa (vejam só o aspecto da mesa)!


Achamos muito curiosa a “sopa paraguaia” que de sopa só tem o nome... mas que é uma comida típica da região fronteiriça. Porque é que se chama sopa? Encontramos algumas explicações engraçadas... Luca Maribondo conta que originalmente seria mesmo um caldo, à base de cebola, queijo, ovos e gordura animal. Mas que a cozinheira terá errado a mão, colocou farinha de milho demais na panela e o que era para servido em sopeira, foi à mesa em travessa. Só que o jantar seria em casa do ditador Carlos Antônio López, manda-chuva, "m’buruvichá", do Paraguai entre 1844 e 1862. E, por ter gostado da nova iguaria passou a mandar servi-la com frequência! Verdade ou não, tinha bom gosto!
A sopa paraguaia é mesmo saborosa!
Há outras explicações e histórias… mas o bom mesmo é preparar garfo e faca e experimentar uma sopa aos pedaços!
Aqui fica uma sugestão de como fazer (receitas também encontramos várias, mas ficamos com esta daqui).

INGREDIENTES:

2 colheres de sopa de manteiga
2 cebolas médias picadas
4 espigas de milho debulhadas (ou milho em lata)
1 copo de leite
1 copo de água
3 ovos
1 prato fundo de queijo (meia-cura) ralado grosso
6 colheres de sopa de fubá (farinha de milho) fino
1 colher de sopa de fermento em pó
Sal

Para preparar:

Pique as cebolas e refogue na manteiga, juntando sal a gosto. Adicione a água e cozinhe até que comecem a se desfazer. Retire do fogo e deixe arrefecer.
Bata os grãos do milho no liquidificador com o leite, deixando alguns grãos meio inteiros. Despeje sobre o refogado de cebola frio, acrescente as gemas, o queijo, o fubá, o fermento e misture bem.

Adicione as claras batidas em castelo, cuidadosamente, com movimentos de baixo para cima.
Despeje a massa numa assadeira untada com manteiga e leve ao forno quente, até que se forme uma crosta dourada na superfície.

Pode ser saboreada ainda quente ou mesmo depois de arrefecer. Há quem diga que no dia seguinte ainda fica melhor...

Comemos a nossa ao jantar, depois de uma cavalgada e de muita aventura... ufa! descanso merecido para uns pantaneiros iniciados!

sábado, agosto 30, 2008

Canjica

(foto daqui)

Ainda na sequência do Intercâmbio Culinário e da parceria que fizemos com a Márcia, quisemos também fazer canjica.
Esta já não é novidade na nossa casa porque a vovó Nair costumava fazer sempre na Páscoa, 6ª Feira Santa. Já era costume assim na casa dos pais dela e habituámo-nos a ouvi-la dizer que por causa do jejum (??), precisávamos de ter à mão qualquer coisa mais forte para comer. E aí vinha a canjica!
Aqui em Portugal não é conhecido... aliás o milho branco, só mais recentemente tem sido utilizado, por causa da culinária africana que tem tido, nos últimos anos uma grande divulgação por aqui.

Também ficamos curiosos em saber mais qualquer coisa sobre a designação "canjica".
Ficamos a saber aqui que nos estados de São Paulo, Mato Grosso e Goiás, pode chamar-se “curau”, e que no Rio de Janeiro encontra-se também como “canjiquinha” e, em Minas Gerais, como “papa de milho”. Será? Pensávamos que "curau" era feito com milho verde e não milho branco, como a canjica que conheço!
Também vi que se pode chamar de mugunzá! Realmente não há dúvidas que a comida vai se adaptando às diferentes regiões em que é utilizada e vai ganhando nomes e versões diferentes. Que riqueza!
Quem tiver mais informações que esclareça!

Parece também que o termo canjica vem do quimbundo africano - língua falada pela tribo dos bantos de Angola- Kanjika. Outros dizem que a palavra vem do malaiala - idioma de Malabar, região da Ásia – Kanji, significando “arroz com água”.

Parece ter sido costume, nas mesas da gente do Rio do Janeiro (mesmo antes da chegada da corte portuguesa ao Brasil, no início de 1800) ter quase sempre como sobremesa a canjica temperada com açúcar.

E olhem só as expressões que também são utilizadas:

“Pôr fogo na canjica”para apressar, animar. Ou “Socar canjica” para andar a cavalo, em trote, sem amortecer o choque do corpo na sela. No Rio Grande do Sul, estar, viver ou andar “com as canjicas de fora” significa rir.
Não é o máximo?

Agora a receita:

Precisa de

- 1/2 kg de canjica (milho branco)
- açúcar a gosto
- sal q.b.
- 1/2 litro de leite (pode precisar de mais um pouco)
- 1/2 colheres (sopa) de manteiga
- 2 paus de canela
- 1 vidro de leite de côco (há quem não utilize, mas lembro que a vovó colocava sempre)

- canela em pó para polvilhar
- também fica bom amendoim torrado e moído (era assim que comíamos em S. Lourenço, quando íamos de férias, para casa da tia Lourdes e do tio Zeca - que saudades!).

Fizemos assim:

Na véspera colocamos o milho de molho.
No dia pusemos a cozinhar, com uma pedrinha de sal (a água deve só cobrir), em fogo lento (o processo é o utilizado para o arroz dôce); pode utilizar a panela de pressão.
Quando estiver macio juntar a canela em pau, o leite e deixar apurar, cozendo lentamente, juntando o leite necessário para ficar bem cremoso.
Quase no final, juntar açúcar a gosto, o leite de côco e a manteiga. Deixar ferver mais um pouco para apurar (atenção: sempre fogo baixo, mexendo, com cuidado para não queimar).

E pronto...
Lá em casa ficava mesmo na panela e cada um ia se servindo, polvilhando com canela e/ou amendoím moído ou côco ralado.
Uns gostavam de comer ainda quente... eu preferia frio... a vovó dizia que no dia seguinte ainda era melhor.
Convém guardar no frigorífico porque pode azedar.
E pode voltar outra vez ao fogo, juntando-se mais leite para voltar a ferver e acrescentar o molho.

mais uma receita... e assim vamos passando, de "boca em boca", trocando-se sabores e memórias, fazendo-se história, num verdadeiro intercâmbio culinário!








segunda-feira, agosto 25, 2008

Cuscuz paulista em Lisboa

CUSCUZ PAULISTA EM LISBOA
(em 4 actos)

1º ACTO: O DESAFIO


Num dos “passeios” pelas cozinhas virtuais da blogsfera chegamos ao Intercâmbio Culinário da Ameixa Seca, Nana, Axly e e deparámo-nos com a proposta de troca de receitas entre as cozinheiras do Brasil e Portugal. Que boa ideia! Vamos lá participar!

Primeiro tínhamos que formar um par... radares alerta... e encontrámos a Márcia do Ideias à la Carte com a mesma vontade.
Mails p’ra cá e p’ra lá... fomos consolidando o par... escolhendo as receitas...
que coisa boa!... vamos até sentindo uma certa “sintonia” com uma pessoa que só conhecemos destes espaços virtuais! não deixa de ser surpreendente!

Estava formado o par:




Agora é escolher a receita... o Ideias à la Carte tem tanta coisa boa... o que é que havemos de fazer?

Como sabem, temos passado (e alma) brasileira e por isso queríamos fazer uma receita diferente, daquelas que não fizesse parte das nossas memórias da cozinha da vovó (carioca).

E aí lembramos de um prato que já tínhamos comido no Brasil, mas que nunca tínhamos cozinhado: cuscuz paulista. E para sobremesa?... uhm... deixa ver... aí lembramos de algo que a vovó Nair fazia, sempre pela Páscoa, canjica.

Pronto! Tomada a decisão. Agora... “manda a receita Márcia”... “será fácil?”...
Começamos aqui pelo cuscuz paulista, para manter a “ordem” do serviço: primeiro o prato depois a sobremesa!

2º ACTO: A PREPARAÇÃO

E o que é isso de cuscuz paulista? Conhecemos o cuscuz marroquino (que aqui está postado), conhecemos o cuscuz baiano (também já aqui)... mas paulista?? o que é isso?

Primeiro engano: pensava que era feito com sêmola de trigo (aquelas bolinhas do cuscuz) e... surpresa... era feito com farinha de milho e mandioca!!

cheias de curiosidade fomos à procura e encontramos na “Jangada Brasil” a história do cuscuz e do “paulista”. Ficamos a saber que há várias maneiras de fazer cuscuz... sendo um prato de origem de origem africana (África Setentrional), conhecido do Egipto a Marrocos, era tradicionalmente feito com arroz, farinha de trigo, milheto, sorgo... e passou a ser feito com milho a partir do século XVI, com a irradiação do milho (zea mays). E parece que afinal era prato popular aqui em Portugal que o trouxe do contacto com os povos berberes. E até o cuscuz doce parece que era feito em Coimbra, no Mosteiro de Celas! Inacreditável! E porque deixaram de o fazer???
Também toma várias formas, de carne, de legumes, de peixe, com leite e açúcar... enfim... cada local e cada povo foi fazendo as suas adaptações...

E o “paulista”? Ficamos com a hipótese de Cristiana Couto, do livro “Viagem Gastronómica através do Brasil” (Senac) que a “origem do cuscuz paulista é o farnel (farinha, frango guisado ou feijão e ovos cozidos, amarrados em um guardanapo grande) dos bandeirantes e tropeiros”.



Bom... chega de informação e vamos mas é às compras!
Levamos a Dolly connosco... gosta sempre de um passeio, mas não gostou de ter de ficar à porta!



Os ingredientes a comprar? Seguimos a sugestão da Márcia... (e a indicação da quantidade utilizada) com algumas – pequenas – alterações...



- farinha de milho (3 chávenas de chá) – compramos o que aqui se chama “sêmola de milho”
- farinha de mandioca (1/2 chávena de chá)
- 500 g de camarão médio (compramos congelado)
- cenouras (2)
- azeite (3 colheres de sopa)
- cebola (1 grande)
- tomates (5 maduros)
- salsa (um molho)
- alho (4 dentes)
- palmito (1 lata)
- ovos (3)
- azeitona verde (1 chávenas chá)
- ervilhas (1 lata pequena)
- sal e pimenta q.b.
- cubo de peixe (1)
- sardinha (1 lata, em azeite)
- concentrado de tomate (usamos o de tubinho)


3º ACTO: O COZINHADO

A primeira coisa a fazer foi colocar a receita à mão para ser seguida. Tínhamos a receita da Márcia... mas deparámo-nos com um problema: não tínhamos a cuscuzeira... e a nossa forma de buraco era daquelas que solta o fundo e, por isso, não dava para levar a “banho-maria”!!
O que fazer?! lá voltamos para a net... e percorremos várias receitas... várias sugestões e encontramos algumas que sugeriam um cozimento diferente...
e não é assim que as receitas vão evoluindo? nada de apertos!... é preciso avançar...


e fomos preparando utensílios e ingredientes.

Primeiro descascamos os camarões, levando as cascas e cabeças para ferver com 1 ½ litro de água, temperado com o caldo de peixe (1 cubo), sal e pimenta.
Deixamos ferver por 15 minutos; o camarão foi colocado numa peneira (salpicado com sal) em cima da panela para cozinhar no vapor (retirei logo que ficou rosado).
Coar o líquido e reservar.
Entretanto fui preparando os outros ingredientes:

- limpar as cenouras, cortar em rodelas e lavar a cozer em água temperada com sal (no fim, juntei essa água ao líquido dos camarões)
- as latas abertas e escorridas; retirei a espinha do meio às sardinhas e cortei os palmitos em rodelas (de 1 lata, guardei metade inteiros, para a decoração);
- a cebola e os alhos foram picados miudinhos;
- o tomate também foi cortado (reservei 1 em rodelas, para decoração)
- retiramos o caroço das azeitonas e picamos;
- picamos também a salsa, miudinho (para picar tudo... entrou em função o processador)
- misturamos as farinhas
- cozemos os ovos (picamos 2 grosseiramente e 1 foi cortado às rodelas)

Agora vamos lá fazer o prato... ai que medo!!! será que vai dar certo? ainda vou ter que fazer ovos mexidos para o jantar!!! ainda bem que tenho uns queijinhos dos Açores... e um pão de sementes saboroso...


- refogamos a cebola e os alhos picados em azeite, até ficarem douradinhos;
- acrescentamos o tomate picado e deixamos cozer... (sempre que secava ia juntando um pouco do líquido dos camarões que tinha reservado); temperamos com sal e pimenta; e acrescentamos um pouco do concentrado de tomate;
- depois fomos juntando as farinhas e o líquido, fazendo isso vagarosamente, em fogo baixo, misturando muito bem... e, sempre mexendo, fomos deixando as farinhas cozinhar (rectificar o sal e pimenta)... quase no fim juntamos os outros ingredientes: ervilhas, palmito, salsa picada, ovos, azeitonas, sardinhas, cenoura, os camarões (reservamos de tudo para os enfeites).
Deixamos ficar uma mistura uniforme e ligada... tudo isso foi feito lentamente, para deixar as farinhas cozinhar.

- pronto, rectificar os temperos... um pouquinho de sal... moer mais um pouquinho de pimenta... já está... uhmmmm..... está saboroso...

agora é montar o prato...

untamos a forma com azeite...
colocamos no fundo da forma e nas laterais algumas rodelas de tomate, de ovo, ervilhas, cenouras... criando uma decoração...
colocamos a massa do cuscuz, ajeitando e apertando para ficar homogéneo.


e já está! deixamos esfriar... até à hora do jantar.


4º ACTO: A FESTA

Claro que tínhamos que fazer a festa em conjunto. Todos ficaram sabendo desta nossa aventura! O intercâmbio culinário ficou famoso!
Foram chamados e vieram, a Rica, o Ernesto, a Bibi, a Celeste e o António, a Paula e nós, claro!

a noite estava perfeita... um calor bom e uma lua cheia no céu de Lisboa, encantadora!
O maridão tratou de colocar o vinho branco “Alvarinho” no frigorífico... que a noite prometia!

E fomos desenformar... será que sai?
SAÍU!!! Lindo!!!! máquina fotográfica a postos!!! de todos os ângulos!!!




Vamos lá comer!!!

uhmmmmm...... delicioso!!!

missão cumprida!!! com sucesso!


Obrigado Intercâmbio Culinário pelo desafio! Obrigado Márcia pela sugestão.

escreveu-se mais uma página da história do cuscuz:
cuscuz paulista em Lisboa... em noite de lua cheia... com amigos do coração!

(ah!... é verdade!!! querem saber da canjica??? fica para a próxima!! depois contamos!!!)

domingo, agosto 10, 2008

Intercâmbio Culinário

Esta foi a iniciativa da Ameixa Seca, da Nana e da Axly... para fazermos pares "bloguistas" e trocarmos receitas entre nós.

O nosso par é a



olhem só que lindo!
não ficamos bem juntos?




E a receita da Márcia que escolhemos fazer foi cuscuz paulista. Sempre tivemos curiosidade para de conhecer esse prato... e de saber o porquê do nome.

Será que vai ficar bom???
suspense....
aqui será deixada a história e a receita!

Aguardem...

quinta-feira, julho 31, 2008

Frango com Cajú

Ontem apeteceu-me comer um prato que costumava comer em Zurique, num restaurante tailandês muito rascoso perto do sitio onde eu trabalhava. Apesar de ser uma tasca tailandesa com aspecto um pouco suspeito, a comida era maravilhosa. O meu prato favorito era o Frango com Cajú.

Aqui vai então a receita:




Ingredientes:

Peito de frango
Castanhas de cajú
Cebola
Pimento
Molho de soja
Piripiri
Pimenta
Sal

Preparação:

Tempera-se o frango com piripiri, pimenta e sal.
Torram-se as castanhas de cajú e reservam-se.
Numa frigideira, refoga-se a cebola e o pimento, previamente cortados em tiras, até ficarem macios.
Acrescenta-se o frango e deixa-se alourar.
Quando o frango estiver meio cozido deita-se o molho de soja e deixa-se apurar.
Por fim juntam-se as castanhas de cajú.
Serve-se com arroz branco de preferência basmati.
Que bom, que bom!